tenho pensado muito na morte.
em quando ela irá chegar
uma hora chega
o maior clichê - a única certeza inegável da vida, a morte
na estrada, em cima da minha Virago 250, num dia lindo de verão, eu penso na morte
uma curva, um escorregão
um filho da puta na mão errada
um caminhão parado
um treco no coração
chão
ossos partidos
ou nada disso
um tiro
outro dia sonhei que uma pessoa me avisava que seria assassinado
talvez algum maldito louco fascista desses de hoje
talvez uma mulher, mais uma...
eu não sei nada sobre a morte
nem sobre a vida
talvez já esteja de alguma forma morto
talvez apenas esteja empurrando a ampulheta
isso não é piegas, pelo menos não é para ser
isso não é canção de despedida ou carta de adeus
apenas coloquem em meu túmulo com as mesmas fontes do GTA V - "se fodeu"
acho que é o suficiente para uma última piada
uma doença, acho que não
não tenho paciência para ficar doente e ainda morrer por isso
tem que ser de outra forma
não, também não está nos meus planos me matar
a vida me veio não sei de que jeito ao certo
a morte será da mesma maneira
um deslize ou uma diversão de Deus
vou para outro lugar, feliz
não se preocupem, eu estarei feliz!
ResponderExcluirCecília Meireles – Canteiros
Quando penso em você, fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos, em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento
Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Prá correr entre os canteiros e esconder minha tristeza
Que eu ainda sou bem moço prá tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.
sem a tragédia sem o medo sem a dor de amor sem a dor da vida as escrituras seriam meramente sinais de fumaça
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