terça-feira, 30 de janeiro de 2018

mundos

somos mundos
nos chocamos
nos colidimos
às vezes nascem planetas
noutras, buracos negros

se a trago para minha atmosfera nos beijamos, nos abraçamos, nos comemos
mas você volta à sua órbita repelente

então abandono meu mundo, minha criação e penetro na sua
sinto algum gelo na superfície
força de gravidade quase nula
alguma solidão, muito espaço
algum vazio, cansaço

volto à minha origem e te espero
quem sabe o movimento da Lua a chame ao meu bem querer
o movimento das marés dos desejos clamem por calor
vou rodar a imensidão dentro de um único pensamento
no amor e na dor tudo se passa num momento que parece ser infinito.

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